à procura do senso comum

31-01-2017 08:36

Maria estava preocupada com o que acabaram de lhe contar ao telefone.

Tinha rebentado uma guerra comercial entre o seu país, a os países vizinhos, e isso ia influenciar directamente a vida de milhares de pessoas, entre elas alguns dos seus grandes amigos. Estava a voltar-se para o proteccionismo, numa altura em que o país não era autosuficiente em inúmeros campos, o que irira representar um aumento do custo de vida e de bens de consumo essenciais para a maioria da população.

Para já, era tudo da boca da fora, mas tinha visto outros países a tomar medidas antes impensáveis ou imprevisíveis e apercebeu-se que, de um momento para o outro, o seu mundo e o de tantos dos seus podia sofrer uma reviravolta de cento e oitenta graus.

As pessoas estavam a ficar desnorteadas e as tomadas de posiçõ repetiam-se, sem que se pudesse adivinhar onde tudo iria acabar, pois uma guerra efectiva era assustadoramente possível naquele momento. 

E hoje em dia, faz-se uma guerra efectiva como? perguntou-se.

Guerra comercial é uma coisa, guerra efectiva representa um perigo evidente para a sobrevivência da maioria da população mundial, atendendo às armas disponíveis em tantos países actualmente, incluindo as nucleares.

Isto não faz sentido para o cidadão comum, que quer viver em paz e levar a sua vida tranquilamente, sem ter de pagar as consequências de tomadas de decisão irreflectidas de políticos radicias recentemente eleitos, no exterior, mas que irião ter reflexos em tantas e tantas vidas pelo mundo fora, além das fronteiras dos países por eles eleitos.

Somos, hoje em da, pensou, cidadãos nacionais mas também cidadãos do mundo e seria de esperar que os líderes mundidais tivessem em conta esta transfrontalidade antes de tomar decisões unilaterais, com efeitos devastadores para um sem número de popluações estrangeiras.

Na realidade, não estava convencida das razões invocadas para o fim das relações instituídas há decadas, que revelavam um equilíbrio mudo entre tantas e tantas nações, para que se continuasse a conviver em paz.

Paz, pensou, é difícil de manter com os ânimos exaltados e os ânimos estão-no, quase fora de controlo.

Alguém que encontre o senso comum perdido, que nos norteia e orienta em casos de dúvida e de procura de soluções capazes. reflectiu.

Common sense, diriam os ingleses. Razoabilidade outros. Era um elemento perdido nos últimoas tempos, que parecia ter desaparecido do debate público, em que não se chamava as coisas pelo nome. Se assim fosse, estavamos todos conscientes do perigo da turbulência que tem vindo a crescer entre nós também e da divisão crescente de opiniões em relação às medidas proteccionistas de um país líder mundial, que poderá ter um efeito dominó pelo mundo fora. Se assim for, se nos virarmos todos para dentro, considerando pertencer a países ilhas que se ladeiam, mas que não convivem cordialmente, onde é que isto acaba?

Pergunto-vos e pergunto-me a mim, em mais este dia invernoso.

 

Rita

 

 

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