Impressões deste fim de tarde solarengo

O vento assobia neste fim do passeio que borda a Fundação Champlimaud e acaba no pequeno porto que pertence à Administração do Porto de Lisboa.

Sentei-me, aqui por onde quase ninguém chega ou passa, na ponta da borda do passeio, a olhar as rochas desnudadas na maré a encher, por onde a água escorrega sempre que vem nas suas levas. 

Ouve-se a água, calma, cintilante, enquanto o Sol começa a pôr-se neste fim de tarde ainda quente para esta Primavera, mas que o vento ameaça arrefecer em breve.

As andorinhas ainda ignoram o espaço, vem apenas uma ou duas planar, desaparecendo de imediato por um lado diferente de onde aparecem.

À vista, apenas um barco belo pequeno de pesca de cor cinzento esverdeado, coisa rara. Só. Este hoje não vai a lado nenhum.

A água prateada reluz os seus tons à volta da estrada reflectora dos raios solares; está tranquila neste dia sereno.

Finalmente, o vento aumenta e o frio obriga a que vista o casaco.

Agora não passa mais ninguém nesta ponta do passeio esquecido. A música também acabou, hora de partir.