
Liberty de Jonathan Franzen
03-04-2017 00:29Este livro de Jonathan Franzen, muito diferente do anterior, “Freedom”, retrata também, como este último, parte da sociedade norte-americana, mas transporta-nos igualmente para a Alemanha Democrática antes da queda do muro de Berlim em 1989.
É a história de dois protagonistas.
A primeira, Pip Tyler, é uma jovem afundada em empréstimos estudantis com uma relação problemática com a mãe e a viver com anarquistas. A mãe, que vive num mundo próprio e à parte, nunca lhe revelou a identidade do seu pai (nem a sua verdadeira identidade, de resto). As relações de Pip são desastrosas e a sua procura de emprego leva-a a ir trabalhar para Denver, com um casal, ela jornalista, numa organização não governamental. Acabam por viver os três juntos, numa proximidade doentia, o que leva Pip a reactivar uma candidatura que tinha feito em Oakland para ir trabalhar como estagiária no projecto de Andreas Wolf, que lidera o Sunlight Project na America Latina, um projecto de leakers. Este Andreas é o segundo protagonista deste romance.
Ela acredita que eles a vão ajudar a encontrar o seu pai ou, pelo menos, a desvendar a sua identidade.
A trama do livro revela que os passos dados por Pip (cujo nome real é Purity) são por vezes determinados por vontade alheia, numa manobra singular e maquiavélica, originada por amores e desamores antigos.
Amores e desamores de Andreas Wolf, uma figura carismática e manobradora, que, tendo nascido e crescido na Alemanha Democrática como um cidadão favorecido por ser filho de membros eminentes do regime, gosta de levar os outros sempre a fazerem aquilo que quer, fazendo-se valer do seu charme pessoal.
O livro é longo, mas vale a pena e traz-nos à baila questões muito actuais, além de um crime pelo meio e momentos históricos alemães.
Maria
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